É temeroso, vergonhoso, e acima de tudo
pecaminoso, constatar o que a maldita corrupção provoca na sociedade
brasileira. Ela é como um vírus perigosamente contagioso que atinge diversos
setores da nossa sociedade, como ONGs, sindicatos das categorias e até algumas
igrejas; mas não são estes setores da sociedade que mais preocupam nossa
população, mas sim a política, pois é nela que esta praga está mais presente,
este é o setor que mais direta e indiretamente atinge um número significante de
vítimas.
A corrupção destrói famílias, matas
pessoas, cauteriza as consciências, gera uma sociedade de mentalidade obtusa.
Ela atinge os poderes públicos nas mais diversas esferas, até mesmo naquelas
instituições de última instância, que tem por dever zelar e guardar
constituição brasileira, aliás, nos poderes públicos federais, estaduais e
municipais ela é endêmica. A crise ética e moral na política brasileira exige
urgentemente uma reforma radical em nossas instituições democráticas nas
diversas esferas de poder. Mas o principal problema a ser enfrentado é a crise
de integridade pessoal e participação social. É preciso repensar também a
postura ética e o engajamento social e político do cristão nesse
contexto.
A história no relata que em determinado momento de
grandes contagio da sociedade humana por alguns vírus nocivos a saúde, foi
preciso mobilização da sociedade como um todo. Governos fazendo sua parte e a
sociedade dando a sua contribuição. Portanto, sabemos que estamos lidando com
um vírus mortal e precisamos combatê-lo, e combater a corrupção não é uma
tarefa fácil, pois estamos lidando com "pecado grave" a ganância
humana, que sem escrúpulo é capaz de se aproveitar das mais absurdas situações,
como exemplo dos desastres naturais: enchentes, desmoronamentos, tempestades
que resultam em morte de milhares de pessoas e que deixam desabrigadas tantas
outras.
Uma grande prova de que a nossa política está
infectada por inteira pelo vírus da corrupção, é o que se manifesta em seu mais
grave sintoma: a compra de votos,
através de brindes, de ajuda financeira, e o mais grave de todo o clientelismo
através de ajuda financeira institucionalizada (as tais bolsas...) que gera e
perpetua dependência e comodismos em troca de votos. A corrupção é gerada por
uma cultura paternalista de troca de favores. Este vírus maldito está em
Brasília e nas grandes e pequenas cidades do nosso Brasil. Esse tipo de
corrupção institucionalizada forma um exército de gente manipulada, que cuja
capacidade de pensar fica ofuscada pelas benesses, e porque seus interesses
também são escusos, e estes "beneficiados" perpetuam pelo seu voto os corruptos no poder.
Nos cristãos temos uma responsabilidade
muito grande neste processo de erradicação dessa praga endêmica: a
corrupção. Esse vírus é um pecado
estrutural e nos envolve também. Não podemos ser omissos e muito menos
comprometidos com candidatos ou políticos corruptos. O Senhor Jesus disse que
os cristãos são a luz do mundo e o sal da terra, por isso devemos nos envolver
nela batalha, pois com toda certeza o fato de haver tantos escândalos no meio
político é justamente pela ausência de cristãos, isto é de pessoas honestas e
íntegras. Quando falo cristão, não me refiro aos cristãos nominais, sim aqueles
que praticam a fé cristã e são fiéis ao seguimento do Senhor e ao Evangelho. Se
nós aplicássemos os princípios cristãos na política, com certeza ela não teria
chegado ao nível em que se encontra hoje.
Diante de tamanho desafio é preciso que
cada cristão cultive o desejo de ser um exemplo, não se amoldando com as
atitudes pecaminosas deste mundo. Nossa atitude cristã deve ser de resistir e
perseverar, devemos ser como um córrego que insiste em correr no meio de uma
terra ressequida. Devemos querer e fazer o que é certo e verdadeiro a qualquer
custo. O desejo de Deus é que cada cristão pratique a justiça no meio desta
sociedade corrupta e injusta, porque ela jaz mergulhada no pecado. O cristão
deve ter Jesus como seu modelo, modelo que posso adotar e perseguir
incansavelmente, sem nenhuma paranoia, muito menos uma loucura perfeccionista,
mas com a disposição de assumir a responsabilidade de ser sal e luz. (conf. Mt.
5,13-16).
Finalizo esta reflexão na firme esperança de que vamos
caminhar juntos lutando para erradicar este vírus da corrupção, sem pecar pela
omissão, vamos fazer valer nossa condição de filhos e filhas de Deus, e não de
filhos e filhas deste mundo. A Sagrada Escritura diz que o cristão deve
literalmente fugir da carne, isto é o pecado, mas resistir ao diabo, isto é o
mal. Portanto não podemos acovardar, temos de encarar de frente esta questão, pois
se há uma doença viral endêmica no meio
político, precisamos erradicá-la, se no meio político há trevas, precisamos ser
a luz. Se nós não fizermos a nossa parte, com certeza o vírus da corrupção irá
perpetuar-se e dizimará nossa sociedade. Pensemos nisso na hora de votar!
11/06/2014
Diác. Misael da Silva Cesarino
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