A santidade é uma vocação universal, pois universal é a obra da Redenção do Cristo. Por isso, na existência do cristão, ensina o Papa João Paulo II, não pode haver duas vidas paralelas: por um lado a vida espiritual (o tempo dedicado à Deus: Santa Missa, oração, catequese, terço), e por outro lado, a chamada vida secular (nosso trabalho profissional, nosso trabalho doméstico, a vida em família, o lazer com os amigos, as atividades sociais e políticas). Na vida cristã não pode existir dicotomia entre fé e vida, mas sim uma harmonia entre a vida cristã e a vida secular. Sabemos que a santidade é um caminho difícil a ser perseguido pelo cristão, mas deve ser perseguido. Ela deve ser um ideal que todo cristão, principalmente o católico deve conscientemente buscar diariamente. Sabemos que tal meta é um conquista difícil de atingir, se não contarmos com a ajuda divina, mas isso não dispensa o nosso esforço em conquistá-la.
Existe no meio católico uma preguiça, um comodismo, um desleixo com essa busca. Quando olhamos para o universo católico ficamos tristes, pois, homens e mulheres do nosso tempo, estão ignorando peremptoriamente esta vontade de Jesus “sede santo porque vosso Pai que está no céu é Santo”. Sem querer generalizar, basta olhar para o mundo do trabalho, da saúde, da educação, da política e ver que na gestão deste mundo, estão na sua grande maioria os que se dizem “católicos”, mas sem nenhum compromisso com a vida de santidade.
A coisa fique realmente caótica quando mergulhamos no mundo da política, aí a coisa piora de vez. Não precisamos ir para a esfera estadual ou federal para sentir esse caos. As prefeituras e as câmaras municipais são uns verdadeiros termômetros dessa necessidade. Olhe seus vereadores, são verdadeiras bestas feras, muitos até com as patas dentro da igreja, mas com atitudes anticristãs. Não observamos nas suas atitudes, nos seu testemunho nenhum sinal de santidade. Pasmem! Estão nas missas dominicais, até comungam aos domingos, mas na segunda feira voltam como “O cão voltou ao seu vômito (Pr 26,11); e: A porca lavada volta a revolver-se no lamaçal” (2Pd 2,22).
Eles esqueceram que têm como vocação própria na Igreja, enquanto batizado, buscar o reino de Deus na gestão das coisas temporais. Não se aperceberam que a sua atividade política deve estar a serviço do bem comum, e que se bem exercida o santifica e que a sua própria atividade política pode e deve ser santificada. O político católico na busca da santificação deve ter em conta que virtude religiosa e virtude civil, devem unir-se a serviço do compromisso político, em vista do bem comum.
Políticos católicos firmem-se na santidade e na verdade, pois esse Deus que vocês alegam que adoram e no qual professam domicalmente sua fé, um dia haverá de sacudir os alicerces da estrutura política, como tantas vezes Ele o fez na história da humanidade, expondo-lhes à vergonha e ao ridículo. Lembre-se que a mídia que vocês tanto amam é como uma verdadeira armadilha do passarinheiro, como diz o Salmista, que um dia lhes prenderá os pés; será uma mordaça que lhes impedirá de falar; um espinho que lhes cegará os olhos – essa mesma mídia impedir-lhes-á a sua caminhada, mas por certo, se vocês tiverem o temor de Deus, haverão de se firmar nos ensinamentos do Senhor, servindo apenas a Ele de todo o seu coração! Ai, sim, vocês estarão caminhando em Santidade.
Já estamos em 2012! E já é tempo de articulação política eleitoreira, alias, já começou pelo menos já a vislumbramos isso aqui em Pindamonhangaba há algum tempo. As eleições estão chegando e teremos que suportar novamente bafejando o odor do mundo de Maquiavel sobre nossas comunidades estes “políticos católico” ou dito católico! Será insuportável, uma vez mais, observar estes homens seguindo o curso deste mundo governado pelo diabo – seguindo a carreira deste mundo mentiroso!
Que Deus tenha misericórdia desses homens e abra os olhos deles para enxergar na bússola das Sagradas Escrituras e da Eucaristia o Norte a seguir. Que eles voltem a andar no caminho da santidade e sejam diferenciados do mundo ao seu redor! Amém!
Diác. Misael da Silva Cesarino
