Nunca pensei em
escrever sobre esse assunto, mas em vista do que tenho presenciado nos
canais abertos de televisão, não me resta alternativa, senão fazê-lo. E o
que passo a escrever contraria-me muito, por meus princípios ecumênicos. Enfatizo
também, que as minhas observações reprobatória aqui expostas, não se aplica as
igrejas cristãs que são sérias por tradição, que detestam como nós cristãos
católicos a mentira e procuram revestir-se da sinceridade evangélica. Tenho
certeza que tais cristãos estão em suas comunidades eclesiais, vivendo da tranquilidade
da sua fé. Portando, não caberia a mim, importuná-los com meus escritos, pois com
certeza praticam a fé cristã com reta intenção.
Meu desabafo e a minha
profunda indignação, está dirigida para esses grupelhos de pseudocrístãos que
são verdadeiros contra testemunhos para o cristianismo. Esses que diariamente,
usando os meios de comunicação televisado ou radiofônico praticam de forma
desavergonhada o estelionato religioso. Para estes grupelhos ou tipo de seitas
oportunistas os fins justificam os meios, tanto que eles são anti-ecumenicos e
proseletistas.
Hoje, o que mais vemos
é o nascimento destes grupelhos, eles pululam por todos os cantos do País, com
tentáculos em países da África e América do Norte. Eles parecem com as bactérias multicelulares, seres de
tamanho tão insignificante, mas que conseguem multiplicar-se rapidamente e
interferir de forma decisiva na vida humana. Os
mais sublimes objetivos destes grupelhos unicelulares são: criar uma comunidade
cujo numero de adeptos sejam suficientemente grande para o pagamento do dízimo,
que por certo garantirá a sustentação econômica dos seus fundadores e suas
megalomanias midiáticas. Esses grupelhos,
muito bem comandadas por seus dirigentes para atingir seus objetivos não têm
escrúpulos, nem se poupam em forjar falsos milagres, muito menos as falsas
curas provindas de puro sugestionamento.
Esses grupelhos, que
podemos chamá-los também de seitas, conseguem convencer o povão incauto de que
Jesus é um “bom pagador”, pois, irá pagar todas as suas dívidas, que Ele é um
grande curandeiro, pois irá curar qualquer doença, que ele é um grande
empresário, pois tem sempre altos empregos reservados para aqueles que são seus
amigos, que os membros da seita vão todos prosperar em riquezas, que Jesus é um
grande exorcista, pois espanta de forma espetacular qualquer satanás. Mas, tudo
isso tem um preço: o indivíduo tem que batizar nessa seita e contribuir seu
“generoso” dízimo, se isso for seguido à risca, mais dinheiro no bolso e mais
milagres vão acontecer. Tudo engodo, pois num universo de cem curas, oitenta
delas seria seguramente desmascarada por qualquer psicólogo ou investigador de
policia como pura sugestão ou estelionato.
As grandes vítimas
preferidas desses grupelhos (seitas) inescrupulosos, que se auto-intitulam
“missionários”, “bispos (as)”, “apóstolos” e outros adjetivos, são nosso povo
católico, isso porque somos ingênuos e acreditamos na sinceridade dos outros.
Isso está também vinculado à fragilidade da fé dos nossos católicos genéticos,
pois quando recebem em suas residências uma ou duas visitas destes
proselitistas, profetas da confusão e discórdia, começam a tirar das paredes
seus crucifixos e imagens. Atentemos para o que diz São João, sobre esses
indivíduos: "Não os recebais em vossas casas, nem os cumprimenteis"
(2º Jo 10). Com esse ensinamento ele quer orientar também os batizados do nosso
tempo a não conversar com esses profetas da desunião entre os cristãos.
Assim, repudio veementemente toda e qualquer artimanha dita cristã,
que em nada lembra o amor altruísta do Senhor em favor da nossa Salvação.
Enoja-me esses mercenários da fé que usa e abusa de técnicas de marketing para
manipular a ignorância e a ingenuidade de um povo, que já não bastasse ser
massacrado socialmente por um sistema político que gera pobreza e miséria.
Registro minha indignação para com esses manipuladores da Palavra de Deus, que
a coloca a serviço dos interesses gananciosos dos seus púlpitos midiáticos. Repudio
os arautos da tal “teologia da prosperidade” que se mostra eficaz, mas somente
ao bolso dos seus pregadores, que fazem de suas igrejas um negócio rentável,
chegando mesmo a ver a outra “seita” como sua forte concorrente. Bem, fiquemos firmes em nossa fé cristã católica e
deixemos que no tempo certo Deus há de pedir que cada um preste contas de seus
atos.
Paz e bem!
Diác. Misael da Silva
Cesarino