Postagens populares

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A VIDA NOVA E O FRUTO DO ESPÍRITO – PARTE 2


Voltando ao tema do fruto do Espírito na vida cristão, podemos dizer que, quando o cristão está buscando a plenitude do Espírito em sua vida, para servir a Igreja do Senhor, na verdade ele está buscando os dons do Espírito Santo. Todo o cristão, batizado com o Espírito Santo, recebe um ou mais dons espirituais para servir. Isso mostra a variedade ministerial e carismática dentro da Igreja do Senhor. E, para que o cristão tenha o Dom em sua plenitude, faz-se necessário que o manifeste em sua vida, através do fruto do Espírito. O fruto são perfeições que o Espírito Santo modela em nós, como primícias da glória eterna. Na vida do batizado é de fundamental importância que o fruto do Espírito seja manifestado como consolidador da fé.  O fruto é a expressão do caráter do batizado. Por ele o Espírito Santo nós dá todas as características de Jesus, da vida de Cristo. Ele é necessário para nossa santificação.

O desejo do Senhor é repartir os seus dons com sua igreja, distribuindo-os conforme sua vontade a cada membro da sua igreja individualmente, para o bem comum do povo de Deus. Mas, uma coisa o Senhor não faz com o batizado: repartir o fruto, pois o fruto do Espírito não se reparte entre nós, visto que Ele não dá para um batizado “amor” e para o outro “longaminidade e benignidade”, pois quem tem “amor” tem “longaminidade” e “bondade”, assim por diante. Não é possível dizer ao outro: ‘irmão, você tem a “bondade” e eu tenho o “amor”. Assim, concluímos que quem tem falta de qualquer uma desta manifestação do Espírito, tem a falta das outras.

São Tiago diz em: 2,18 “Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”.

Torna-se então impossível ao batizado possuir o amor e a alegria do Espírito, mas trazer em seu coração em lugar da paz a discórdia, que é obra da carne – do homem carnal. Da mesma forma ele não possuirá a bondade e a mansidão, se carrega em si ciúmes, rancor ou ira, que também são obras da carne. Seria um tremendo absurdo, o suposto batizado dizer que tem na sua vida o Filho, sem precisar do Pai ou o Espírito Santo sem o Pai e o filho, da mesma forma, possuir uma manifestação do fruto do Espírito, mas não as outras. Ou possuímos todas as manifestações do fruto do Espírito ou não possuímos nenhuma delas.

O fruto do Espírito evoca na vida do batizado a ideia de um amadurecimento, de um contínuo crescer e avançar na direção de Deus, sob o impulso do Espírito. Obviamente que o ouvindo atentamente e seguindo-o em obediência, numa vida plasmada por sua força e vivida ao seu estilo. “Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também sob o impulso do Espírito” (Gl 5,25). O resultado da presença do Espírito Santo no batizado é também chamado de fruto do Espírito Santo (Gl 5.22-23). E a manifestação externa desse fruto é a evidência maior de que ele tem o Espírito Santo. Os dons do Espírito representam a capacidade, o poder do Espírito na vida do batizado, ao passo que o fruto é a representação do caráter do batizado: Os dois se completam. O fruto do Espírito Santo é um só, mas se manifesta em cada vida, de nove formas diferentes (cf. Gl 5,22).

Os dons do Espírito Santo nos são dados, mas o fruto é gerado, os dons vêm após o batismo no Espírito Santo, o fruto é na conversão diária, os dons são infusos - de fora para dentro, o fruto vem do interior, os dons já vem completo, o fruto requer tempo para crescer, os dons são dotação de poder, o fruto expressa o caráter do cristão. Alguém já disse: “A fama é um vapor, o dinheiro cria asa e voa, mas o caráter permanece”. Os dons vêm pelo Espírito, o fruto vem por Jesus, os dons são distintos, o fruto é indivisível os dons confere poder, o fruto confere autoridade, os dons comunicam espiritualidade, o fruto irrepreensão, os dons identificam o que fazemos, e o fruto mostra o que somos; o mais interessante é que os dons podem ser imitados, porém o fruto nunca o será.

Se por ventura, estamos vivendo uma aridez, uma falta de manifestação do fruto do Espírito Santo em nossa vida, precisamos urgentemente recorrer ao “Trono da Graça” e não se desesperar. O primeiro passo já foi dado, já identificamos o nosso problema, agora só nos resta desejar produzir o fruto, para isso precisamos permanecer no Senhor, pois sem Ele nada podemos fazer nos diz o evangelista:

“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos. Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor”.  (Jo 15,4-5. 8-10)

O maior desejo do Senhor é ver eu e você produzindo fruto, tanto para a alegria Dele como para a nossa, mas Ele sabe que isto só será possível se seu Espírito estiver operante em nossas vidas. Para que isso aconteça precisamos fazer do nosso corpo um templo permanente do Espírito Santo. Como faremos isso? Não oferecendo nenhum membro do nosso corpo como instrumento do pecado, mas sim, oferecendo-os a Deus como uma oferta agradável.

“Nem ofereçais os vossos membros ao pecado, como instrumentos do mal. Oferecei-vos a Deus, como vivos, salvos da morte, para que os vossos membros sejam instrumentos do bem ao seu serviço. O pecado já não vos dominará, porque agora não estais mais sob a lei, e sim sob a graça”. (Rm 6, 13-14)

Essa nossa entrega deve passar por cada célula do nosso corpo, toda nossa potência, toda nossa mente, cada organismo do corpo, todos os planos de vida, todos os bens terrenos, nosso emprego, nosso lar, nossa família, amigos, tudo deve ser entregue ao Senhor e a Ele pertencer para sempre. Precisamos para este propósito, ter em mente o procedimento indicado por Jesus ao jovem rico, e não o procedimento do jovem rico narrado em Mt 19, 21-22: “Respondeu Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me! Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens”.  

Foi aqui que o jovem rico falhou na sua entrega incondicional a Deus.  Após essa nossa entrega incondicional ao Senhor, para que possamos produzir fruto do Espírito é preciso que a porta do nosso coração seja aberta e que peçamos ao Senhor que entre nele pelo seu Espírito, para que se cumpra em nós sua palavra que diz: “Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado”. (Mc 11,24)

O Espírito Santo é verdadeiramente o coração da vida cristã, Ele é a sua própria respiração, de maneira que não podemos ser somente “devotos”, mas viver e respirar o Espírito Santo. E o fruto do Espírito Santo faz nossa alma fugir dos frutos da carne, que São Paulo também enumera como sendo os diversos pecados ou vícios que levam a alma do crente para o mal. Mas, ao contrário, o fruto do Espírito Santo orienta a nossa alma já avançada no amor de Deus em direção à vida eterna. Deus será visto como fim último a ser alcançado. Luz Eterna que encherá nossas almas para sempre de Felicidade. Amém!


Paz e Bem!
Diác. Misael da Silva Cesarino

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.