A missão fundamental da Igreja delegada pelo Senhor é voltar o seu olhar
aos homens e mulheres de todos os tempos e orientá-los para uma consciência e
uma experiência do mistério da Pessoa: Jesus Cristo. Esta
missão da Igreja nasce da sua fé na pessoa de Jesus Cristo, pois somente
na fé vivida e provada se fundamenta e compreende-se a missão da Igreja.
São João no Capitulo 14, 6 diz: “ninguém vai ao Pai senão por
mim”, aqui temos uma afirmação clara de que o Senhor Jesus é o único
salvador dos homens, o único capaz de nos revelar e conduzir até Deus. Em suma,
a Salvação só poderá vir ao homem por Jesus Cristo. E essa Salvação trazida por
Cristo é universal, é para todos, portanto não poderá jamais ficar
trancada entre as paredes dos nossos templos. Compete a Igreja por sua
natureza missionária jamais deixar de proclamar o Evangelho, pois, ela sabe
que os homens só poderão entrar em comunhão com Deus, através do
anúncio explicito do evangelho sob a ação do Espírito Santo.
Urge em nossos dias, uma atividade missionária derivada
dessa novidade de vida trazida por Cristo e vivida pelos apóstolos: A
Salvação. Não podemos negar que a primeira beneficiaria dessa novidade
de vida é a própria Igreja, pois “ela foi por Cristo adquirida com o
seu sangue” (cf. At 20,28) e fez dela sua cooperadora imediata na
grande obra de Salvação da humanidade.O próprio Senhor vive nela e nela
realiza o seu crescimento, cumprindo sua missão através dela.
Deus infinito em misericórdia constituiu o Senhor Jesus Cristo como o
único mediador, isso é professado pela Igreja, que recebeu do Senhor a
incumbência de ser no mundo instrumento universal de salvação. Pois, a
salvação enquanto dom do Espírito exige a nossa colaboração para salvar a nós
mesmos, assim como aos outros. Por isso,
Deus quis estabelecer e comprometer a Igreja com o Plano da Salvação.
Esta Igreja estabelecida por Cristo como comunhão de vida, amor e verdade serve
nas mãos do Senhor, de instrumento universal de Salvação e é enviada ao mundo
todo, como luz e sal da terra.
Essa nossa fé recebida do Senhor como dom do alto, sem mérito nenhum da
nossa parte; temos que testemunhá-la, como fizeram os primeiros
cristãos mártires, dando a nossa vida por ela. Temos que estar
convencidos pela fé, que cada homem e cada mulher do nosso tempo necessitam do
Senhor Jesus, como seu Senhor, seu Messias, seu Salvador. Como aquele que
morrendo ressuscitou, subiu ao céu e da sua glória nos dá o seu Espírito Santo
para vivermos como irmão e filhos de Deus.
Temos que proclamar que Jesus veio a este mundo revelar a face
misericordiosa de Deus e nos merecer pela cruz e ressurreição a
Salvação Eterna. Proclamar que só Nele e por Ele é que o homem é liberto de
toda alienação que o mundo oferece. Proclamar que só Nele o homem liberta-se do
poder da escravidão do pecado e da morte.
Se realmente Cristo tornou-se verdadeiramente a nossa paz (Ef 2,14); e o
amor de Cristo nos impele (2 Cor 5,14) e dá sentido a nossa vida cristã; não
podemos ficar passivos ante a necessidade dos homens em salvar-se, mas,
antes colocarmo-nos em estado permanente de missão. Pois a missão é uma
conseqüência da nossa fé, ela é a medida exata da nossa fé no Senhor Jesus e no
seu amor por nós.
A Igreja do Senhor, isto é, cada um de nós batizados pelo nosso
discipulado missionário, não podemos esconder nem guardar para si
mesmo, essa riqueza da fé recebida da bondade divina, mas, precisamos
comunicá-la a todos os homens. Jamais podemos esquecer que a missão da Igreja,
além de ser um mandato do Senhor, deriva ainda de uma profunda exigência da
vida de Deus em nós. Pois, incorporados a Igreja devemos sentir privilegiados,
e, por isso mesmo, mais comprometido a testemunhar a Fe é a vida cristã como
serviço prestado aos irmãos afastados.
Para colocar em prática a dimensão missionária, a Igreja
conta com uma garantia dada pelo Senhor, de que, nesta tarefa, ela não ficará
sozinha, mais receberá a força e os meios para realizar sua missão, isto
é, a presença e a força do Espírito Santo e ainda a assistência de Jesus (Mc
16,20).
A nossa missão é proclamar o querígma; “anunciar o Evangelho” (Mc
16,15) da Salvação, com o objetivo de levar o ouvinte a repetir a confissão de
Pedro “Tu és o Cristo” (Mc 8,29), ou ainda dizer como o centurião
romano diante de Jesus morto na cruz: “verdadeiramente este era o filho
de Deus” (Mc 15,39).
Portanto, para levar ao termo a sua dimensão missionária, a
Igreja não deve basear na sua capacidade humana, mas na força do Cristo
ressuscitado que diz: “eu estarei convosco todos os dias, até ao fim
do mundo” (Mt 28, 20).
Paz e bem!
Diác. Misael da Silva Cesarino
Diácono Cooperador Paroquial
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