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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

... e surgiu o pecado!

... e surgiu o pecado!
Existem algumas indagações feitas pelo homem, com relação ao amor de Deus pela criação. É constante ouvir as pessoas dizer: Se Deus é verdadeiramente bom, amoroso, justo, por que existe tanta maldade, sofrimento e dor na vida humana? Por que países se debatem em guerras terríveis destruindo vidas? As famílias se destroem? Os meios de comunicação estão cheios de noticias de atos insanos e violentos de brutalidade e ódio? Por que os homens procuram mudar o comportamento natural entregando se a paixões vergonhosas? Por que as mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza? Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario? (Cf. Rm 1, 26-27). Para entender esses desatinos pecaminosos do homem precisamos voltar à situação do primeiro homem no Jardim do Éden. Aqui no livro Gêneses capítulo primeiro, vamos entender o que aconteceu no inicio e porque, desde então o homem segue a passos firmes pelo caminho da sua própria destruição.

Não podemos esquecer que Deus criou este mundo como um todo perfeito, belo e harmonioso. Nele Deus colocou também um homem perfeito, até porque tudo o que Deus faz é perfeito, em Deus só existe perfeição. E a esse homem perfeito, Ele conferiu um dom preciosismo: o dom da vida eterna. Acompanhada do dom do livre-arbítrio: a liberdade. Portanto, o primeiro homem não era um bicho macaco irracional, muito menos uma criatura vivendo nas matas como uma besta fera. Ele foi criado com todas as faculdades mentais e físicas desenvolvidas, pois a Sagrada Escritura diz que ele caminhava com Deus (Gn 3,8) e desfrutava da sua amizade. Ele estava destinado por Deus a ser como um rei na terra, governando tudo pela vontade do Criador. (Gn 2,19). Portanto, esta era a situação do primeiro homem – Adão – no jardim do Éden: o homem perfeito, o primeiro homem que carregava consigo seu inestimável, porque não dizer, terrível dom da liberdade. Ele tinha liberdade total, liberdade de escolher ou rejeitar, liberdade de obedecer às ordens de Deus ou de contrariá-las, liberdade de ser feliz ou infeliz.

O Catecismo da Igreja Católica diz no §1731 o seguinte: A liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo, portanto, de praticar atos deliberados. Pelo livre-arbítrio, cada qual dispõe sobre si mesmo. A liberdade é, no homem, uma força de crescimento e amadurecimento na verdade e na bondade. A liberdade alcança sua perfeição quando está ordenada para Deus, nossa bem-aventurança.” Portanto, não é a simples posse da liberdade que torna nossa vida satisfatória, mas sim, o que decidimos fazer com nossa liberdade diante de Deus e dos homens é que determina se encontraremos ou não a nossa felicidade.

O grande problema do homem reside no uso da liberdade, pois a partir do momento em que ele a recebe, ele depara com dois caminhos, visto que a liberdade não terá sentido se houver somente um caminho a seguir. A liberdade implica o direito de escolher, selecionar e determinar o curso das nossas ações. Nas nossas atividades diárias conhecemos pessoas que são honestas, não tanto por livre arbítrio, mas porque não tiveram oportunidade de ser desonestas.

Deus proporcionou ao primeiro homem o cenário perfeito para provar se ele lhe seria fiel. No Éden Adão era um homem sem pecado, seu estado era de inocência imaculada. Todo o universo criado estendia-se a sua frente. O jardim era farto em tudo que ele viesse a precisar. O homem perfeito tinha tudo para ser feliz, agora só restava ao Criador ver qual a escolha que sua criatura iria fazer. Esta seria a prova, seria o momento em que o primeiro homem lançaria mão da sua liberdade para escolher o caminho certo ou o caminho errado. Fazer a sua escolha voluntária, não porque havia só uma opção diante dele! Pois, Deus deu-lhe este preceito: “Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente“. O primeiro homem tinha uma opção: abster-se de comer o fruto da árvore e viver para sempre no Jardim; ou comê-lo e serem banidos para o mundo da mortalidade. Diante das possibilidades, Adão fez sua escolha e sofreu as consequências, estabelecendo com isso, um modelo doravante seguido pela humanidade. “Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram...” (Rm 5,12).

Segundo as Sagradas Escrituras, Adão foi a origem da espécie humana. Ele surgiu do seio da terra pelas mãos do Criador, como uma fonte de água pura e cristalina, recebendo a permissão de escolher se iria transformar-se em um rio que correria através de belos e férteis campos verdejantes ou em uma torrente lamacenta que chocaria para sempre contra rochas e se debateria entre penhascos profundos, escuros e frios; e infeliz em si, seria sobretudo incapaz de levar alegria e fertilidade à terra ao seu redor. Daí, que a sensatez não nos permite culpar Deus pela caótica situação de pecado em que o mundo está metido. Pois aqui a culpa é toda de Adão – o primeiro homem – a quem foi dado à escolha entre o caminho do bem e do mal, e que preferiu ouvir as mentiras de satanás em vez de ouvir as verdades de Deus. A razão da queda de Adão – o primeiro homem - foi, tão somente, em consequência da sua escolha errada, preferindo desobedecer a Deus para acreditar nas mentiras de Satanás (Gn 3,1-6). Como consequência entraram no mundo o medo, a vergonha, o ódio, a violência e a morte. Porque Adão escolheu errado... Surgiu o pecado!

A Sagrada escritura diz que pelo primeiro homem, Adão, entrou o pecado no mundo “... por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram...” (Rm 5,12), e por ser a humanidade descendente dele, todo ser humano já nasce em pecado: “Eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado”. (Sl 50,7). Com essa natureza pecaminosa, o ser humano comete atos pecaminosos cada vez mais claros contra Deus e o seu próximo. E as consequências dos atos pecaminosos de Adão até os dias de hoje nos atingem. Daí ser o pecado responsável por toda miséria e condenação humana. Surgindo na espécie humana através de Adão – o primeiro homem – o pecado tem causado grandes desgraças na humanidade.

Desde o princípio dos tempos até nossos dias, a busca pecaminosa do homem pelo poder, e a sua determinação em usar o dom da liberdade com finalidade egoística, tem o levado a beira da perdição. As desgraças e ruínas em que vivem várias civilizações, são testemunho vivo da incapacidade humana de construir um mundo, onde reine a paz e felicidade almejada sem a ajuda de Deus. A cada dia, a cada instante novas situações de ruínas, de misérias são criadas, basta olhar os noticiários e, no entanto o homem continua em seu caminho perigoso. No entanto, os mesmos dois caminhos oferecidos a Adão – o primeiro homem – continuam à nossa frente. Ainda somos livres para escolher.
Paz e bem
Diác. Misael da Silva Cesarino

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