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terça-feira, 13 de setembro de 2011

O PERDÃO LIBERTA

Quando olhamos para algumas passagens do Evangelho, percebemos que no tempo de Jesus, tinha um grupo de pessoas que era tido pela sociedade vigente como pecadores público. Essas pessoas eram as que tinham profissões pecaminosas ou impuras para o costume da época, dentre elas estavam às prostitutas, os jogadores, os famigerados cobradores de impostos, pastores, leprosos, etc. Há! Ainda eram considerados pecadores os não podiam pagar o dízimo, os que não guardavam o sábado e os que não cumpriam o ritual da purificação das mãos, etc. Bem! Pecadores sempre existiram e vão existir!

O que nos conforta nessa desconcertante situação de pecado em que a humanidade viveu e vive é a presença do Senhor Jesus em nosso meio. Jesus veio para que todos esses homens e mulheres do seu tempo, do nosso tempo e dos tempos vindouros, tenham vida em plenitude (cf. Jo 10, 10).  Jesus continua em nossos dias com a mesma atitude que tinha com os pecadores do seu tempo, Ele continua encontrando-nos, recebendo-nos afetuosamente, perdoando-nos os nossos pecados e reintegrando-nos no seio do povo de Deus.

Nosso amado Senhor veio com uma missão nobre, uma missão divina: buscar e salvar o que estava perdido (cf. Lc 19,10) e deu prioridade aos pecadores. Entre eles eu me incluo. Ele gastou grande parte do seu precioso tempo recuperando aqueles que a sociedade havia marginalizado. É muito comovente ler no Evangelho de Lucas 7,36-50, a aceitação de Jesus com relação ao gesto da pobre mulher pecadora que chegando por trás de Jesus lavou os seus pés com suas lágrimas, enxugava-os com seus cabelos, cobria-os de beijos e ungiu-os com perfumes! Essa mulher era uma pobre criatura humana pecadora como qualquer um de nós. Ou será que não temos pecados? A misericórdia infinita de Jesus não levou em conta as culpas dessa pecadora, não porque ela era vítima de uma sociedade excludente e machista, mas, sobretudo porque ela estava arrependida e buscava uma saída para sua vida sofrida e descriminada. Buscava uma saída para sua vida de pecado.

Essa atitude misericordiosa de Jesus não entrava na cabeça dos homens que se consideravam “certinhos”, dos que se intitulavam “justos”. Eles não concebiam a idéia de um homem santo conviver com gente de má fama. Alias, até hoje tem uns “certinhos” por ai, escondidos atrás de fachada de “santo”, que não aceita a atitude de misericórdia da Igreja. São pessoas que querem marginalizar os pecadores. Pessoas que ficam chocadas quando os diáconos, padres, bispos ou leigos buscam inserir esse tipo de pessoas marginalizadas, acolhendo-as no seio das nossas comunidades eclesiais.

Um dos grandes problemas das nossas comunidades eclesiais é que nos acostumamos ficar fechados em nós mesmos, em nossas pastorais, movimentos, e com isso, tudo nas em nossas instituições eclesiásticas se orientaram especificamente para os de dentro de casa. Muitos, tem se esquecido de que nós a Igreja do Senhor, somos enviados principalmente para os afastados, os renegados, aos que estão em situação de pecado. Não precisamos ter medo de usar a misericórdia para com o pecador, pois a misericórdia é divina. Ela deve ser uma atitude constante do nosso caráter cristão, do nosso discipulado missionário. Sem missão e misericórdia não se pode falar em Igreja do Senhor e muito menos em cristãos.

Penso que em nossa ação pastoral, jamais devemos nos preocupar com aquilo que outros pensam sobre nossa atitude de perdão, de acolhimento e de misericórdia para com o nosso irmão em estado de pecado, principalmente quando esse nos procura. Assim como no tempo de Jesus haverá pessoas que hoje também não aceitam o gesto de acolhimento, de perdão de pecados e de restauração da dignidade de indivíduos marginalizados. Ma isso não importa, o importante é amá-lo. Não devemos somente amar, é necessário que os irmãos e irmãs se sintam amados por nós.

Nosso amor aos irmãos e irmãs devem traduzir-se em gestos concretos de acolhimento, respeito, atenção e libertação. Devemos amar e ajudar o irmão a crescer em todos os níveis. Do jeito que ele é. Devemos querer de forma concreta sua libertação daquilo que é defeituoso e mau, lutando pela sua dignidade. Respeitando o seu jeito de ser. Não é assim que Deus faz com cada um de nós?

Eu acredito que, com atitude e a vivência concreta do amor e do perdão em nossas comunidades eclesiais ou em qualquer setor da vida humana, poderemos ter um mundo de excelência em justiça, fraternidade e solidariedade; pois o perdão liberta.

Diác. Misael

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