É
POSSÍVEL VIVER SANTIDADE NA POLÍTICA!
Caros leitores e
eleitores, “Refletindo...” volta novamente ao assunto sobre a
política, até porque já estamos em plena campanha eleitoral para as prefeituras
municipais das grandes e pequenas cidades – municípios. É um tempo de
refletir é tomar decisão consciente, porque ela implicará no destino dos
municípios pelo menos por quatro anos. Mas, ao meu entender não basta só os
eleitores tomar as devidas cautelas para uma decisão “acertada”, é preciso que
os que se apresentam como candidatos a prefeitos ou vereadores sejam pessoas íntegras.
Fiquem atentos os
incautos para o fato de que, não se fica um homem ou mulher qualificado, isto é
“bonzinho, santo, cheios de virtudes franciscanas, vicentinas, carismáticas,
etc.” de hora para outra. Santidade é uma vida centrada diariamente em cristo.
Também, não se fica um católico ou evangélico qualificado, isto é convertido só
no período eleitoral. O que observamos é nessa época de eleição um corre-corre
as igrejas de indivíduos que durante suas vidas viveram como se elas – igrejas
- não existissem e agora se apresentam com “cara de anjos”, para sensibilizar
os fiéis. Os famosos convertidos da santa eleição.
A santidade trata-se da
separação e renúncia daquilo que é impuro, mau e profano, desonesto, pecaminoso
dedicando-se a uma vida de devoção e consagração à Deus. Para nós
cristãos, viver uma vida de santidade
significa abdicar de práticas consideradas abomináveis diante
de Deus, e comprometendo-se com tudo aquilo que e tido como "santo", isto
é, no sentido de ser honesto, limpo,
louvável, correto, benigno e etc. Uma grande maioria
dos nossos candidatos precisam se
qualificar nesse sentido, como seres humanos bons, honestos e morais. Precisam
buscar na fé vivida seja através do cristianismo ou de outras religiões
encontrar Deus, e com Ele viver seu dia a dia, pois o homem que não vive
comunhão com Deus e não o carrega no coração vira “bicho”. E bicho meus amados,
vive segundo seus instintos animalescos. Aliás, os políticos não precisam ser
“santos”, mas precisam ser humanos, filantropos, precisam cultivar a caridade
no coração, pois ela é a única virtude que carregamos para a eternidade.
Quero lembrar aos
nossos candidatos que, existe na Igreja um santo, proclamado Padroeiro dos
Governantes e dos Políticos que soube testemunhar até ao martírio a dignidade
inalienável da consciência. Dele emana uma mensagem que atravessa os séculos e
que fala aos homens e mulheres de todos os tempos dessa dignidade da
consciência que deve permear a vida dos nossos governantes e políticos. Esse
santo é chamado de São Tomaz Moro,
que chegou a pensar em ser um religioso vivendo por quatro anos num mosteiro,
mas desistiu. Aos vinte e dois anos, já era doutor em direto e um brilhante
professor. Como não tinha dinheiro sua diversão era escrever e ler bons livros.
Além de intelectual brilhante tinha uma personalidade muito simpática, um
excelente bom humor e uma devoção cristã arrebatadora. Como eu disse
anteriormente, ele tentou tornar-se um religioso “franciscano”, mas sentiu que
não era o seu caminho. Então, decidiu pela vocação do matrimônio. Casou-se,
teve quatro filhos, foi um excelente esposo e pai, carinhoso e presente. Mas
sua vocação ia além, ela estava na política e na literatura.
No ano de 1529, Tomás
Moro era o chanceler do Parlamento da Inglaterra e o soberano era o rei
Henrique VIII. Mesmo entranhado no poder real Tomás Moro nunca se afastou
dos pobres e necessitados, ele regularmente os visitava para melhor atender
suas reais necessidades. Sua casa sempre estava repleta de intelectuais, mas
também de pessoas humildes, preferindo a estes mais que aos ricos. Ele evitava
a todo custo o envolvimento com a vida sofisticada e mundana da corte. Era
muito admirado e amado por sua esposa e seus filhos, pelo caráter, pela
honestidade e pelo bom humor, que lhe era peculiar em qualquer situação. Ao longo de toda a sua vida, foi um marido
e pai afetuoso e fiel, cooperando intimamente na educação religiosa, moral e
intelectual dos filhos.
Ele foi martirizado
no meio de uma grande controvérsia, quando o rei Henrique VIII tentou desfazer
seu legítimo matrimônio com a rainha Catarina de Aragão, para casar-se com a
cortesã Ana Bolena. Isso envolveu a Igreja, a Inglaterra e boa parte do mundo,
fato que contrariou todas as leis da Igreja que se baseiam no Evangelho e que
reconhece a indissolubilidade do matrimônio. E para fazer a vontade do rei, o
Parlamento Inglês curvou-se e publicou um documento tido como “Ato de
Supremacia”, que proclamava o rei e seus sucessores como chefes temporais da
Igreja da Inglaterra. Diante disso, o rei mandou prender e matar todos
seus opositores. Entre eles estavam o chanceler Tomás Moro e o bispo católico
João Fisher, as figuras mais influentes da corte. Os dois foram decapitados: o
primeiro foi João, em 22 de junho de 1535, e duas semanas depois foi a vez de
Tomás, que não aceitou o pedido de sua família para renegar a religião católica,
sua fé e, ainda, fugir da Inglaterra.
Morreram por não concordar com os “conchavos da corte” e manter a dignidade das
suas consciências. Ambos foram canonizados na mesma cerimônia pelo
papa Pio XI, em 1935, que indicou o dia 22 de junho para a festa de ambos, e o
saudoso papa João Paulo II, no ano 2000, declarou são Tomás More “Padroeiro dos
Políticos”. Portanto senhores candidatos, exemplos e testemunhos de coerência
política e dignidade de consciência há, basta segui-la.
Lembrem-se senhores
candidatos, quando o homem ou a mulher prestam ouvidos aos apelos da verdade,
sua consciência será guiada com segurança e consequentemente os seus atos são norteados
para o bem. É precisamente por causa do testemunho de vida que evoquei nesta
reflexão São Tomás Moro, (nome
sugestivo nesse tempo da Lava Jato) que derramou o seu sangue em favor da
verdade sobre o poder e os conchavos na corte. Ele deve ser para os que
pleiteiam cargos político um exemplo imperecível de coerência ética e moral
diante do sofrimento do nosso querido povo. Mesmo que não seja você cristão,
ainda que esteja fora da Igreja católica, mas que se sente chamado a guiar o
destino da nossa cidade faça da sua vida uma fonte de inspiração, para que
tenhamos uma política que visa não as benesses dos seus mandatários, mas tenha
como termo o serviço da dignidade da pessoa humana.
Portanto, é possível
viver santidade na política!
Paz e bem!
Diác. Misael da Silva Cesarino