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domingo, 30 de outubro de 2016

OUTUBRO SE FINDA...MAS A MISSÃO CONTINUA.


Estamos concluindo o Mês de outubro, mês de dedicado as missões. E a pergunta que faço é esta: “Acabou a Missão”? Pois é mais ou menos assim que funciona o nosso agir eclesial. Temos uma campanha seja ela qual for, e depois da Campanha vem o esfriamento pastoral.
Amados, partindo do pressuposto de que o significado de missão no contexto bíblico, inicia-se com a revelação do próprio Deus na história, logo percebemos que o padrão para qualquer definição do nosso agir missionário deve ser compreendido através da missão do próprio Deus: Uma missão contínua! Vejam que tanto na antiga como na nova aliança podemos aprender com os “modus operandi” da missão divina com relação a salvação da humanidade, é válido aprendermos com Ele próprio o significado da missão.
Primeiramente a missão é uma entrega pessoal. E isso, vemos desde da narrativa bíblica do livro do Genesis, na natureza do amor de Deus, uma vez que, mesmo antes dEle criar a luz, já existia no seu projeto a cruz sacrifical de Cristo em favor da Salvação do gênero humano – “… o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (Ap 13, 8). Este amor altruísta de Deus está nos indicando o verdadeiro significado da consciência missionária dos seus discípulos: a renúncia, onde a importância e o significado do outro assume o lugar das nossas conveniências e interesses pessoais – “... segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor”. (Ef 5,2)
A Missão é uma atitude de renúncia pessoal, enquanto que, a nossa entrega é um ato de doação, a renúncia é a nossa a atitude de esvaziamento.  A Sagrada Escritura declara que Jesus – “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.” (Fl 2,6-7). Isso nos leva a concluir que, a missão segundo a vontade divina sempre estará atrelada a atitude da renúncia, que significa deixar para conquistar, ou perder para ganhar, elucidando assim a afirmação do Apóstolo Paulo que diz – “Somos julgados tristes, nós que estamos sempre contentes; indigentes, porém enriquecendo a muitos; sem posses, nós que tudo possuímos!” (2 Cor 6,10)
A Missão é o fruto essencial. Dentre os diversos pressupostos bíblicos relacionados com a missão da igreja, é válido ponderar com algumas perguntas que certamente ampliarão o alcance da nossa reflexão e conscientização – Tendo o cristão católicos ou não, consciência da relevância e necessidade de se fazer missões, qual o motivo de muitos continuarem indiferentes e apáticos com relação ao assunto?
Acredito que possivelmente, uma das razões de termos católicos indiferentes e apáticos é pelo fato, de que, antes da missão acontecer, primeiramente o “ser” do discípulo missionário precisa acontecer, sendo ele forjado pelo Espirito no caráter e sentimento de Jesus Cristo. Observem amados que, na descida do Espírito Santo, o poder que os discípulos receberiam, seria para eles “ser” testemunhas, (Atos 1,8). De modo que, a missão começa antes do “fazer”, inicia-se primeiramente no “ser” do discípulo.
Missão é trabalho factual, palpável. A missão de Jesus Cristo, não consistia em esperar os pecadores se aproximarem Dele, mas antes, Ele o próprio Cristo tomava a iniciativa de ir até aos necessitados. Observe que, o mandamento da grande missão ordenada por Ele é – “… Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15). O mandamento não diz “Esperai por todo mundo e pregai”, mas antes, a ordem é “Ide e pregai”, afirmando que a nossa missão eclesial é de natureza imperativa e ativa.
Resumindo, nesses tempos em que estamos vivendo, verificamos que o perfil de sucesso espiritual de alguns cristãos católicos não está mais vinculado ao ser um discípulo missionário, mas antes, em tornar-se um turista eclesial, seguidores de personalidades, um sem pertença comunitária. O mês de outubro com sua proposta de aguçar nossa consciência missionária está findando, mas urge a necessidade de resgatarmos diariamente em nossas comunidades e fieis a consciência e a urgência da missão da Igreja, tendo em conta que “cuidar da casa comum é nossa missão”, missão daqueles que encontraram com Cristo. Outubro se foi, mais a missão redentora da Igreja continua. Então usa-nos Senhor!
Nossos agradecimentos à todos missionários e missionárias, que se dispuseram a doar uma parcela do seu tempos neste últimos anos em nossa paroquia para a causa missionária. Deus abençoe a todos!

Diác. Misael da Silva Cesarino
Na festa de São Judas Tadeu 2016

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