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terça-feira, 15 de maio de 2012

QUEM REINA NO SEU CORAÇÃO?



“Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito”. (Ef. 5,18). 

Essa passagem bíblica nos coloca diante de uma necessidade, de que enquanto cristão nós devemos encher-nos do Espírito Santo. Não se trata de receber o Espírito Santo em medidas homeopáticas, em conta-gotas, mas sim embriagar-se dele. Lembremos que, se o homem tomar uma taça pequena de vinho hoje, outra amanhã e depois, não vai embebedá-lo, para que ele fique embriagado é necessário tomar muito vinho. Assim é a nossa vida cristã, não recebemos o Espírito Santo aos poucos e vamos acumulando-o. Vamos nos encher dele na medida da qualidade da nossa vida espiritual, de acordo com a nossa busca e abertura de coração. E o encher-se do Espírito Santo, não significa ficar com o poder espiritual em depósito, num cofre e trancado, mas transbordá-lo, colocá-lo a serviço da Igreja do Senhor. 

Lembremos que o poder do Espírito Santo em nossa vida nos faz meros instrumentos nas mãos de Deus, pois o poder é dele e para Ele. Ele nos usará quando e onde quiser para a glória do seu nome e a edificação do Corpo de Cristo. Se realmente quisermos viver essa plenitude do Espírito Santo, precisamos acertar nossa relação com Deus, pois o Deus do tempo apostólico é mesmo de agora, Ele não mudou e jamais mudará, Ele é fiel em sua Promessa! O fato acontecido naquele dia de Pentecostes poderá acontecer hoje, pois as mesmas responsabilidades que tinham os discípulos da primeira hora da Igreja é a que temos hoje. A responsabilidade de testemunhar Cristo como Salvação para mundo continua. (At 1,8). Ninguém, por mais bonzinho que seja conseguirá testemunhar Cristo se não for cheio do poder do Espírito Santo. 

Hoje, o que a Igreja mais precisa é de homens e mulheres repletos do Espírito Santo. Não basta ser só católico, alimentando uma ideia sacramentalista vivida num legalismo religioso e continuar a viver uma vida vazia, uma vida conformada com o mundo e suas concupiscências. Existe em nosso meio católico uma preguiça, um comodismo, um desleixo com essa busca do poder divino. Homens e mulheres do nosso tempo estão ignorando peremptoriamente este ensinamento de Paulo: “... enchei-vos do Espírito” (Ef. 5,18). E, hoje, mais que nunca precisamos viver conforme disse o Apóstolo Paulo: “... Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim...” A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. (Gl 2,19-20), se quisermos obter este poder divino para melhor atuarmos na Igreja do Senhor. 

Lamentavelmente há um problema que tem perturbado ao homem desde o princípio da criação. E tudo começou quando o homem tomou a decisão de fazer a sua própria vontade em vez de obedecer a Palavra, ou melhor, a ordem de Deus. Estou referindo a problemática do “eu”. O Senhor Jesus nos ensina de forma clara que o requisito para o seu seguimento é negar-nos a nós mesmos: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” (Mt 16,24). Ele não nos diz para privar-nos de coisas que gostaríamos de ter, ainda que pudesse incluir isso, mas fala de um jeito novo de viver que Ele requer de seus seguidores. E este é um princípio fundamental que devemos aplicar em a nossa vida cristã a todo o momento. O discípulo de Cristo deve renunciar as demandas do seu antigo EU porque este foi crucificado com Cristo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” (Gl 2,20). Assim, queiramos ou não carregamos no intimo do nosso coração um trono real e uma pesada cruz. E é comum quando nos deixamos levar pela vaidade, pelo orgulho e as concupiscências deste mundo, reinar neste trono o velho Adão – o homem velho, o homem carnal. Quando isso acontece em nossa vida, nosso Rei e Senhor: Jesus Cristo continuará pregado na cruz! Ele continuará crucificado, e nosso “eu” viverá seu reinado, ocupando o lugar real de Cristo em nossa vida. 

Amados, se quisermos viver a plenitude do Espírito precisamos entronizar em nosso coração o Cristo Senhor. Ele precisa reinar em plenitude em nossa vida. Ele precisa assumir o comando da nossa vida. A crucificação do nosso “eu” é a única forma dele viver em nós e nós permanecermos nele. “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós” (cf.Jo15, 4..). Para fazer este caminho precisamos passar por pela “porta da humildade” que é muito baixa, e só podemos passar por ela rastejando, isto é inclinando nossa cabeça e nos despojando de tudo. Não vamos conseguir passar por essa porta que nos leva ao poder espiritual carregando tranqueiras, levando nossas bagagens de pecados, sejam eles de grande ou pequena monta. Não podemos deixar-nos levar pelas vontades do “eu”, pois, elas são carnais e pecadoras, elas são resistentes como o aço, não se deixam dobrar, muito menos se moldar à vontade soberana de Deus. Para quebrar nosso “eu” é preciso fazer como Jesus: Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: "Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”. (Mt 26,39). Este é o caminho, embora seja um processo doloroso e humilhante, mas é o único caminho. Foi por este caminho que trilharam os santos e santas de Deus. Foi por este caminho de humilhação do vaidoso “eu” que eles alcançaram as glórias dos altares. 

Amados, colocar a disposição do Senhor para que seu Espírito reine em plenitude, requer viver as palavras de São Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Jesus não poderá viver em plenamente em nós, muito menos podemos testemunhá-lo, enquanto o orgulhoso “eu” com suas vontades carnais não for esmagado e colocado na cruz. Enquanto nosso coração estiver carregado de “eu”, que se justifica, que segue seu próprio caminho, que faz sua própria vontade, que luta pelos seus direitos, que busca sua própria glória, não haverá plenitude do Espírito em nossa vida. Enquanto não reconhecermos nossos pecados e curvar-nos diante da soberana vontade de Deus, o Senhor não poderá reinar em plenitude em nossa vida. Enquanto não entregarmos o caminho do nosso “eu” ao Senhor, Deus não poderá se manifestar ao mundo por nosso intermédio. Não seremos testemunhas da ressurreição Gloriosa do Senhor. O Senhor Jesus nos ensina de forma clara que o requisito para o seu seguimento é negar-nos a nós mesmos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mt 16,24). Ele não nos diz para privar-nos de coisas que gostaríamos de ter, ainda que pudesse incluir isso, mas fala de um jeito novo de viver que Ele requer de seus seguidores. E este é um princípio fundamental que devemos aplicar em a nossa vida cristã a todo o momento. O discípulo de Cristo deve renunciar as demandas do seu antigo “eu” porque este foi crucificado com Cristo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim..." (Gl 2,20). 

Para ser sinceros com nós mesmos, temos que reconhecer que uma das batalhas mais difíceis na nossa vida é a luta contra o “eu”, é a gente deixar que Deus tome o completo controle da nossa vida. Muitas vezes, mesmo depois de ser crucificado, o “eu” volta em cena e é necessário voltar a dar tratamento de “choque” nele. O apóstolo Paulo disse em sua carta aos coríntios, que ele morria diariamente “Cada dia, irmãos, expondo-me à morte, tão certo como vós sois a minha glória em Jesus Cristo nosso Senhor”. (1 Cor 15,31). Aqui está um belo ensinamento, para tratar algo com o qual temos que conviver continuamente, pois disto depende, em grande parte, que consigamos encher-nos do Espírito Santo. Nunca esquecendo que o “eu” é um militante ferrenho, que constantemente trava suas lutas contra o Senhor Jesus, para que Ele não ocupe o trono do nosso coração. 

Para que o Senhor Jesus seja tudo em nós, e possamos ser usados por Ele poderosamente em nossos trabalhos eclesiais, e Ele viva plenamente em nós, precisamos colocar o “eu” na cruz e morrer, como fez São Paulo ao dizer: Cada dia, irmãos, expondo-me à morte, tão certo como vós sois a minha glória em Jesus Cristo nosso Senhor. (1Cor 15,31) Assim também devemos: “Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo”. (2 Cor 4,10). E seremos cheios do Espírito Santo de Deus, num coração novo para conhecê-lo, com uma nova língua para louva-lo, bendizê-lo e testemunhar o seu nome diante do mundo. 

Paz e Bem! 

Diác. Misael da Silva Cesarino

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