Postagens populares

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A LÍNGUA

A língua.
A língua do homem pode ser um instrumento de bênção, ou poderá ser instrumento de maldição. Antes, porém o que é a língua? Bem, a língua é o órgão muscular relacionado ao sentido do paladar que fica localizado na parte ventral da boca da maior parte dos animais vertebrados e que serve para "processar" os alimentos. No corpo humano participa na formação dos fonemas da fala e é o único músculo voluntário do corpo que “não sofre fadiga”.
Tendo em vista ser ela um músculo voluntário que não sofre fadiga, não se cansa, precisamos tomar cuidado com ela, e usá-la de forma adequada. Se déssemos ao trabalho de analisar os pecados da língua no mundo, ficaríamos perplexos pelos malefícios realizados por esse pequeno órgão muscular. Quantas desgraças já provocaram a língua humana. Quantos lares já foram destruídos, quantas amizades ficaram abaladas, quantas comunidades cristãs divididas, quanta dor foi espalhada na vida das pessoas por esse órgão tão pequeno!
Alias, esse assunto sobre a língua não é novo. Ele é antigo tanto quanto a própria língua, entretanto, é oportuno, pois do uso adequado dela depende em grande parte nossa felicidade e dela também depende o crescimento do Reino de Deus na terra. Ela pode ser o que há de melhor e também o que se pode ter de pior. Ela pode ser o laço da vida social, chave das ciências, órgão da verdade e da razão, mas pode também ser a mãe de todas as mentiras, mestras de debates e contendas, a causa de todos os processos, a origem de todas as divisões, de todas as guerras e um grande veículo da miséria do coração humano. Com a língua podemos bendizer a Deus Pai, e com ela amaldiçoar os homens, feitos à semelhança de Deus. Portanto, de uma mesma boca pode proceder a bênção e a maldição.
A língua é um meio eficaz para comunicar nossas ideias, com ela transmitimos o que esta no íntimo do nosso coração. Ela é um instrumento maravilhoso, um dom excelente de Deus às suas criaturas, ela nos permite expressar sentimentos. Ela é chave da verdade e da razão, nos foi dada por Deus para que possamos viver em comunidade, trocando ideias para o bem e felicidade de todos. Precisamos tomar cuidado, pois o pecado desvirtua sua finalidade no coração do homem.
Pela minha experiência pessoal, através de observação feita nas comunidades em que tenho atuado, sinto o poder que tem a palavra amiga, a palavra boa, a palavra de simpatia e de amor fraterno. Muitas vezes encontro com pessoas necessitadas não de coisas materiais, mas sim de carinho, de acolhimento por uma palavra sábia, que seja uma demonstração de amor. E o meio que temos usado para atingir tais objetivos tem sido a língua. Aliás, diz o autor dos Provérbios: “Maçãs de ouro sobre prata gravada: tais são as palavras oportunas. (Pv. 25,11). Portanto, devemos ter cuidado para que não usemos a língua com duplo objetivo.
São Tiago nos diz: “A língua, porém, nenhum homem a pode domar. É um mal irrequieto, cheia de veneno mortífero. Com ela bendizemos o Senhor, nosso Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus”. (Tg 3,8-9). Temos aqui uma atitude condenável diante de Deus e dos homens, quando essa duplicidade de atitude, em determinado faz com que usemos a língua para promover o bem, e em outros para promover o mal. Olhando ainda a Carta de São Tiago, vemos que ele lança mão dos exemplos da natureza onde não se observa esse fenômeno anormal e indesejável da duplicidade de atitude: “Acaso, meus irmãos, pode a figueira dar azeitonas ou a videira dar figos? Do mesmo modo a fonte de água salobra não pode dar água doce”. (Tg 3,12).
Nós, cristãos que atuamos em comunidades eclesiais, precisamos aprender a refrear nossa língua, embora São Tiago diga que “a língua, porém, nenhum homem a pode domar. É um mal irrequieto, cheia de veneno mortífero. (Tg3, 8), mas essa fala dele é aplicada para o homem carnal, pois o homem carnal por si próprio, por seu próprio poder não governará sua língua, mas o homem espiritual conseguirá com o auxilio, o poder e a graça de Deus; é isso que o Apóstolo Paulo quer dizer para nos quando diz: “Tudo posso naquele que me conforta”. (Tg 3,4), isto é, para refrear a língua devemos mergulhar na graça de Deus.
Lembremos-nos dessa máxima do livro dos Provérbios capitulo 21,23: “Quem vigia sua boca e sua língua preserva sua vida da angústia. Controlar a língua é prova de perfeição, se alguém não cair por palavra, este é um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu corpo. (cf. Tg 3,2) O controle da língua significa domínio de si próprio. É o ideal e a perfeição da vida cristã.Quem dissimula suas faltas, não há de prosperar; quem as confessa e as detesta, obtém misericórdia.” (Pv. 28,13) Se confrontarmos nossa vida com a Palavra de Deus e perceber em nós o uso indevido da língua, temos que confessar e dizer: “Eu nunca mais vou usar palavras negativas”. O segredo da vitória sobre uma língua incontrolável está na intimidade com Deus, e, naturalmente, em desejar esta mudança.
É o Espírito Santo que santifica a língua, purifica os lábios, limpa a boca e traz convencimento do erro, nos mostrando a verdade. Portanto, quando alguém começar a dizer alguma coisa desatenta, impensada ou má, que prejudique ou fira outros, devemos dizer: “Desculpe, mas o Senhor Jesus não quer que eu continue ouvindo essas palavras. Vamos parar aqui! Vamos esquecer esse assunto e orar!”. E, se alguma vez, prejudicamos alguém com nossa língua, devemos pedir-lhe o seu perdão.

Que possamos ter um coração puro, um língua abençoada e misericordiosa, porque, só assim, veremos o Senhor!

Diác. Misael da Silva Cesarino

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.