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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

“... quem não nascer de novo...” (Jo,3,3)

Amados, a Sagrada escritura nos relata que para alcançar a salvação e a vida eterna, não basta ser apenas um fiel religioso e compromissado com a doutrina da igreja, não basta somente termos a Palavra do Senhor em nosso entendimento humano ou na sabedoria teológica. É preciso muito mais, é preciso abrir a porta para que o Senhor Jesus Cristo, possa entrar em nosso coração e nos fazer uma “nova criatura”, lavada e remida no sangue do Cordeiro de Deus, aquele que tira e perdoa o pecado do mundo.
Quero refletir neste artigo sobre o termo “nascer de novo”, um termo que não foi descoberto pela literatura contemporânea, portanto não é recente, na verdade este termo já ultrapassou a casa dos dois mil anos. Já no Novo Testamento, mas precisamente no Evangelho de São João no capitulo 3,3, está o relato de que certa noite escura, na cidade de Jerusalém, um homem que era mestre, doutor da Lei em Jerusalém, por certo também religioso, vai conversar com Jesus, que lhe diz: “... Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus”. Com essas palavras Jesus diz da possibilidade e da necessidade de sermos criaturas novas, necessidade de uma transformação espiritual. E desde o tempo apostólico uma multidão de homens e mulheres tem dado testemunho dessa realidade poderosa do poder transformador de Deus em suas vidas, após a experiência de uma vida nova. Isso testifica que o nosso coração de homem só pode ser mudado por Deus. É preciso, pois, que tenhamos uma renovação interior, que se dará pelo Espírito de Deus, Ele é quem nos transformará.
Amados, em nossos dias existe uma corrida frenética de homens e mulheres a todos os tipos de consultórios que se instalam nas grandes e pequenas cidades prometendo renovação interior. Muitos vão buscar esta renovação em consultórios de psiquiatras, em religiões e seitas orientais, esoterismo, ou de algum tipo de motivação transcendental, ou ainda nas drogas e álcool. Todos esses caminhos só têm levado as pessoas a um beco sem saída. Sabe por quê? Porque homens e mulheres não são capazes de renovar-se a si mesmo e nem a outrem, porque a lógica é esta: foi Deus quem nos criou e somente Ele poderá recriar-nos. Daí, meus amados, que somente Deus poderá nos dar a “vida nova” que tanto almejamos e que precisamos de forma desesperada para sermos felizes.
A grande verdade que plasma este universo criado, é que Deus nos ama, e por amar-nos nos dá este presente maravilhoso, este dom gratuito, a possibilidade de “nascer de novo”; para ter uma vida eterna, conforme narra São João: “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Esse “nascer de novo” é o nosso encontro verdadeiro com a pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. É o Senhor entrando em nossa vida e nos ungindo com seu Santo Espírito, para que tenhamos um jeito novo de ser e viver diante do mundo e de Deus.  Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Passaram-se as coisas antigas; eis que tudo se fez uma realidade nova” (2 Cor 5,7). Esse encontro transformador com a pessoa de Jesus que nos faz pessoas novas, é o inicio de uma grade amizade com Ele, é o inicio de um novo caminho em nossa vida, é o caminhar sobre o controle de Jesus, como diz o Apóstolo Paulo; “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” Gl 2, 20.
Essa “vida nova” permite várias transformações notáveis em nossas vidas: Teremos um mundo novo com novas e renovadas estruturas, mas com homens novos, consequentemente estruturas mais justas, mais humanas, menos opressivas. Amados, um mundo novo e uma cultura nova não se conseguiriam nunca sem homens e estruturas novas pela Salvação de Jesus e pela ação vivificadora do Espírito; a mudança de atitude, de ações e de vida exterior são consequências da mudança interior, da “vida nova” em um “homem novo”. Para muitos a fé lamentavelmente se reduz a uma religião ou religiosidade de práticas exteriores, inclusive sacramentais, para cumprir um preceito ou uma lei, ou puramente devoções, ou muitas vezes como comércio espiritual para ser aceito por Deus. Muitos vivem a religião não como expressão da fé, e sim, às vezes, como substituta da fé, tornando-a uma prática para as quais se dá valor por si mesmo, donde se tira muitas vezes a vã ilusão de dever cumprido ou uma satisfação de consciência tranquila. Tornando-se aquilo que se cumpre em um templo com ar de certo sentido mágico e supersticioso, de caráter útil ou de temor ao divino.

                Quantos, ainda, se fecham na individualidade sem interessar-se ou preocupar-se com a comunidade humana, de tal forma a fazer um mundo melhor para a instauração do amor, da Justiça e da Paz. Pessoas que vivem uma moral restritiva, um código de normas predominantemente negativas, que limitam a liberdade e que levam a uma vida na base de proibições. Em suma, vive-se uma falta de relação e comunhão pessoal com um Deus vivo. Vive-se na verdade uma religião de “legalismo farisaico” sem vida, ou uma vida triste, apagada, com alma de escravo.
Amados, uma certeza eu carrego comigo, acredito que todos devemos tê-la “sem Deus o homem está espiritualmente morto”, e precisa “nascer de novo”, ser “recriado” e isso só acontecerá pela graça de Deus, através da fé viva em nosso Senhor Jesus Cristo. Somente, quando nos renascemos para Deus, conseguimos desfrutar de todas as riquezas de Deus, que estão guardadas para nós. Lembremos que Jesus nunca disse: “compreenda somente”, mas sim, “Crê somente”.
Paz e bem!
Diác. Misael

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